Após a ressaca destruir várias casas da praia da Armação, na região sul de Florianópolis, a nova preocupação dos moradores é com relação aos saques registrados junto aos destroços. Portas, janelas, madeiras e até pedaços de parede com azulejos foram levados de casas que desabaram com a força do mar. O artista plástico Átila Ramos conta que já foram levados vasos, quadros e portas de sua casa, destruída na semana passada.
Com dois pavimentos, a residência teve toda a parte frontal e o jardim levado pelas ondas. Geladeira, fogão e vários pertences permanecem pendurados junto aos destroços. O risco de um novo desabamento impediu que o material fosse retirado. "Isso preocupa, pois estão mexendo nos destroços durante a noite", disse.
Uma moradora do bairro, que pediu para não ser identificada com receio de represálias, afirma que durante a madrugada já viu pessoas passarem na rua carregando portas, janelas e até um vaso sanitário retirado das casas destruídas. "Eles falam que aquilo tudo está no mar e já não tem mais dono", afirma. "O triste é que são moradores do bairro, que conhecem as pessoas que perderam as casas. Não deveriam fazer isso". Na Armação, 31 casas foram atingidas pela ressaca. Dessas, cinco vieram abaixo e outras cinco foram parcialmente destruídas. Algumas delas estão com móveis e objetos pessoais à mostra. De acordo com a Defesa Civil de Florianópolis, 80 pessoas foram diretamente afetadas pela ressaca. Os trabalhos de construção de um muro de contensão param durante a madrugada e a falta de iluminação na orla facilitaria os saques, segundo os moradores locais.
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